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"The Kiss" de Rodin |
"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar."
Escreve-se muito sobre amor, e ainda bem! Escrevem-se opiniões tão distintas quantas cores existem, (e não meninos vermelho não é simplesmente vermelho), há tantas tonalidades tantas cores quantas as opiniões sobre o amor. Nenhuma se sobrepõe a outra, nem outra é mais ou menos válida do que alguma, não é que seja uma questão de gosto, não é que seja uma situação em que se diga que uma é mais verdadeira do que outra, que mundo monótono teríamos se gostássemos todos de verde. E logo no amor, tão complexo como só ele, como poderia ser diferente? Essa razão prende-se tão somente com o facto de sermos seres tão diferentes e tão iguais a todos e únicos como nós mesmos. Emitimos opiniões de acordo com a nossa personalidade intrínseca e de acordo com as nossas vivências e claro de acordo com o mundo que nos rodeia. Podem chamar-me de ingénua, mas como não poderia acreditar que o amor para sempre é possível e existe quando aprecio a relação dos meus pais e dos meus avós? O meu avô já no seu tempo lutou pelo seu amor, a minha avó, contrariando a vontade dos pais face a um casamento marcado por conveniência, se a vida deles foi fácil? Não, não foi, eu deduzo que não tenha sido, sobretudo tendo em conta o contexto histórico de há 50 anos atrás, mas o que vejo nos quase 50 anos de casamento deles é mais do que cumplicidade ou companheirismo é amor. O mesmo assisto com os meus pais num casamento de 26 anos com algumas desavenças mas um casamento onde além de cumplicidade companheirismo e amor ainda há paixão, eu acredito que o amor para sempre é possível.
Contudo não nego que a maioria das relações actuais sejam de conveniência só porque dão jeito, e não condeno, cada um está bem como está, e cada um se sente bem como está. Não sou ninguém para julgar o que quer que seja, evito ao máximo o martelinho que tanto gostamos de usar quais juízes de trazer por casa. Já vi grandes paixões entre amantes, amor verdadeiro, se eu o fazia? De acordo com as minhas convições e a minha maneira de estar na vida? Não. Agora se eu sou alguém para julgar? Não sou. Até porque acredito na lei do retorno e mais cedo ou mais tarde cada um tem o que merece.
Eu e o amor, temos uma relação de borboleta da noite com a vela, aquele calor é bom demais, aquela luz, aquela dança... Por vezes num passo mal dado lá se chamusca uma asa, mas esta borboleta é tipo fénix queima-se e renasce.
Não acredito que um amor por ter terminado tenha sido falso que não tenha existido. É como as amizades que findam (sim as amizades findam e sim as amizades são um tipo de amor, porque o amor está associado ao gostar de alguém), não acho que por as amizades findarem não tenham sido verdadeiras.
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Imagem rapinada do facebook | | |
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Tanto no caso das amizades como no caso do amor romântico e apaixonado, cada vez terminam mais porque as pessoas não estão dispostas a lutar, olham demasiado para o seu umbigo e são demasiado superiores ao resto do mundo para apreciar o que se passa à sua volta, perdem-se a culpar a outra parte ou às vezes até terceiros e esquecem-se de ver os seus erros, ou então simplesmente não estão dispostas a lutar, às vezes por preguiça.
E não, nenhum umbigo é o centro do sistema solar, e cada vez olhamos mais para os nossos umbigos como se o fossem.
Vejo pessoas que caem num vitimismo grotesco que perdem tanto tempo a culpar os outros que nem se apercebem do mal que fizeram, porque se acham demasiado perfeitos, são pessoas arrogantes em pele de vitimas. Porque quem nunca magoou ninguém que atire a primeira pedra. Porque todos somos muito bons a falar nas mágoas que nos causaram mas no momento de falar nas mágoas que causamos aos outros tudo se cala. Ficam camuflados na falsa ideia que são apenas vitimas e o resto do mundo é que é mau.
Nem se apercebem do mal que fazem a si próprios e a outras pessoas que as rodeiam e que acabam por ser puxadas para o seu epicentro sísmico, nem se preocupam nos danos colaterais que fazem à sua volta, são egoístas e egocêntricas e nem sabem.
Quanto a mim, já desitiram de mim e já desisti de quem não queria lutar por mim,já quase desisti de mim mesma. Já me abandonaram em momentos cruciais da minha vida, já me apoiaram quando mais precisei, já bati no fundo e voltei sozinha e também já aconteceu com a ajuda de um amigo, ou vários, já quase me afoguei em lágrimas já quase sufoquei de tanto rir junto de pessoas que me amam ou amaram. Muitas pessoas já passaram na minha vida, muitas me magoaram, outras, ainda que sem intenção magoei-as eu, outras simplesmente se afastaram por causa das circunstâncias da vida, surpreendam-se ou não, sinto saudades de todas, porque com todas fui feliz. As pessoas afastam-se, as coisas podem durar para sempre ou simplesmente terminam é a lei da vida. Em momento algum desisti de alguém é a única certeza que tenho, certeza que não me faz nem melhor nem pior do que ninguém, é tão somente aquilo que eu sou.
Tenho pena que sentimentos nos quais eu acredito com tanta força estejam tão desvalorizados, tenho mesmo pena, mas vou continuar a acreditar que há quem saiba amar! Porque o amor é das coisas mais preciosas que temos enquanto seres vivos. E se há coisa que eu sei fazer muito bem é amar :) Seja no amor romântico e de paixão, seja no amor de amigo seja no amor que dedico à minha adorada família, eu sei amar, e gosto muito mais de preencher o meu coração com amor do que com raivas e ressentimentos, por isso é que se há sentimento que não tenho é ressentimentos, embora já tenha vivido tristezas que de tão profundas chegaram a ser absurdas, precisei do meu tempo para lamber as feridas, e que quando me toca a mim são tempos ridiculamente longos, mas ressentimentos? É coisa que não me assiste, preciso de todo o espaço do meu coração para amar!
Sem amor não se vive, limitamos-nos a ser um corpo que respira.
E do alto dos meus 26 anos, esta é a tonalidade da minha visão sobre o amor, nem cinzenta nem demasiado cor-de-rosa, porque o bom das coisas está no equílibrio, entre o doce e o ácido ;)
Amar muito e ser feliz é o que realmente importa :) e é sempre importante ter presente que o amor é como um laço, muito desleixado as pontas soltam-se, muito apertado passa a ser um nó! ("Então o amor, a amizade são isso. Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. POrque quando vira nó, já deixou de ser um laço!" Mário Quintana)