Após algum tempo de ausência que se justifica por alguma indisponibilidade, regresso com um post que andava nos rascunhos já há algum tempo e que queria muito escrever.
A terminar o ano que passou terminei de ler um livro "As Regras de Moscovo" do Daniel Silva, a história é boa (para quem gosta de temas de espionagem) e muito bem escrita, afinal não deve ser por acaso que o The Washington Post coloca o Daniel Silva entre os melhores autores norte-americanos de literatura de espionagem. A história é de ficção mas com muitas nuances daquilo que é o mundo da espionagem, do tráfico de armas na Rússia e o ponto onde quero tocar a censura jornalística. O livro começa precisamente com a morte de um jornalista, e neste ponto saindo do livro e entrando na vida real, fiquei algo estupefacta ao constatar que embora este livro seja de ficção a ameaça aos jornalistas russos seja algo muito real, segundo o Comité para a Protecção dos Jornalistas, quarenta e sete repórteres, editores, operadores de câmara e fotógrafos foram mortos na Rússia desde 1992, sim leram bem, desde 1992! Não sei se é facto que vos surpreenda mas a mim, surpreendeu. A Rússia é assim o terceiro país mais mortífero para a prática do jornalismo a seguir ao Iraque e à Argélia.
Da Rússia sei que um presidente condenou a 2 anos de prisão duas ou três cantoras por falarem mal dele, e sei que em 2006 uma jornalista que talvez o nome vos soe familiar Anna Politkovskaya, foi assassinada e surpreendam-se (ou não) era uma crítica feroz do regime e isso fala por si. Não percebo muito do que se passa na Rússia em termos políticos, mas sei que o conceito de liberdade por lá é um pouco diferente daquilo que se vê por cá, até porque os números falam por si.
Da Rússia sei também que tem cidades lindas que gostava de visitar, e que vou conhecendo através das
trocas de postais :) As pessoas da Rússia com quem tenho comunicado através do postcrossing são todas muito simpáticas, e as únicas que encontrei além de nós (portugueses) que até se despedem com beijinhos :) (os primeiros postais que mandei através do postcrossing iam todos com muitos beijinhos assim bem à portuguesinha no fim, até que me apercebi que ninguém se despede assim :p mas os primeiros lá foram :D)


Depois de ler as regras de Moscovo li "Almas Antigas" a reencarnação analisada pelos olhos de um jornalista, Tom Shroder, bastante céptico (e onde são inclusive desmitificadas algumas trapaceirices do tema), que acompanha um psiquiatra na sua missão de provar cientificamente a reencarnação onde são revelados factos muito interessantes acerca do tema.
À parte as crenças é um livro bastante interessante, a vários níveis, deslinda um pouco acerca das religiões dos sítios por onde passam, o modo de vida e colocou no meu mapa imaginário pequenos locais de países como o Líbano e da Índia com os quais eu nem sonhava assim como a sua situação social.
De um sopro, porque o livro é pequeno mesmo, li também "ópio" de Maxence Fermine, um livro sobre a rota do Chá na China do século XIX, e toda uma série de situações que se viviam na altura com os mercados de Chá e Especiarias que era praticado na altura, e não só... Sim porque o livro não se chama ópio por acaso :)
De momento e para me dar pano para mangas, assaltei a biblioteca lá de casa e trouxe comigo um clássico de Dickens "A Loja de Antiguidades" mas deste falarei em outra altura :)