quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Há dias que não são dias de pintar as unhas...

É o verniz que se escolhe que seca devagar demais, é a vontade de ir à casa de banho que surge mesmo depois de pintar as unhas, são cinco unhas para pintar de novo (experimentem pintar as unhas e desapertar botões de seguida...). São essas unhas que demoram a secar, é o cabelo para arranjar antes de sair e as unhas não secaram a tempo, são quatro unhas para arranjar. É conseguir novamente estragar três delas a fazer uma coisa qualquer perfeitamente estúpida e ter de as retocar. É ter de conseguir vestir o casaco antes de sair com as unhas por secar, e bingo! É conseguir vestir o casaco sem estragar nada! É aquela vontade psicológica de ir à casa de banho antes de sair de casa. É mais um retoque necessário desta feita em duas unhas que ficam perfeitinhas como as demais. É  sair de casa a correr para apanhar o autocarro e ir com uma mão no ar feita aleijadinha... É sentar-me no banco olhar para as unhas e pimbas uma pequena mocada numa delas!
Há dias que não são dias de pintar as unhas, se tivesse o resto do tempo para não fazer nenhum aposto que ficavam perfeitas à primeira assim fosga-se foi por uma unha negra! Siga para bingo, ainda bem que a cor do verniz é uma cor discreta! 


Claro que paciência é o nosso nome do meio... Em nome da diva que há em nós :)))


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Baú de palavras

É um baú de capas grossas, ilustradas com desenhos da Disney, com simples cores roxas, rosas ou verdes... É um baú de muitas folhas escritas em noites de pouco sono, ou noites de muito sono em que era imperioso dizer qualquer coisa, são cartas que nunca foram escritas, são cartas que foram enviadas, são poemas perdidos no vazio,  são palavras trocadas e outras que teimaram em calar... São descrições de malandrices cometidas na calada da noite, são preocupações ambientais, com a fome e guerra no mundo, são resumos da matéria de Físico-Química como garantia que tinha conseguido fixar. São postais, são recados são pequenos barcos ou jogos do quantos queres agarrados com clipes coloridos só porque na noite em que foram feitos significaram algo. São bilhetes de cinema de concertos e afins... Tudo agarradinho no meu baú de desejos, de frustrações de choros, de risos de lembranças...
O meu baú onde registava todas as semanas os 30 mais da Antena 3 e onde numa espécie de viagem no tempo recordei uma música que ouvia vezes sem fim e que por alguma razão ficou perdida do tempo da lembrança e nunca mais me recordei que sequer existia... Chamava-se Não Posso Adiar o Coração... 

São pequenos baús de memórias, as minhas, peculiares e anormais como outras quaisquer... Onde por momentos fui espectadora de mim própria, da minha vida de outros tempos...





sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Pétalas...

Cobre-me de pétalas, 
até que eu não mereça, 
enche-me de mimos
e despe-me de palavras
despoja-me da tua ausência
até que eu de ti não careça,
Cobre-me de pétalas
tingidas de vermelho paixão
banha-me com carinhos,
com abraços com beijos,
Ama-me até à exaustão
até à combustão 
dos sentidos...
Banha-te comigo
neste frenesim rodopiante
de sensações
Adormece-me no teu olhar
quando o cansaço se apoderar
de cada suspiro...

Ama-me quando eu mais precisar...
Ama-me sempre...
Ama-me como ama o Amor!



"Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce."
Pablo Neruda



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Palhaço triste

De que choras palhaço triste?
Nesse estranho descontentamento
que te assola,
que reveste de ínfimas
e contrariadas  lágrimas
guardadas...
Porque choras palhaço triste,
se mil sorrisos há para despertar...
Porque choras..

De que te ris palhaço contente,
nessa atabalhoada
trajectória
que não vai a lado algum
de que ris
em espavorida
vitória
sem prémio...

de que rimos
de que choramos
seremos palhaços
contraditórios
neste circo da vida?




sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

As Regras de Moscovo e outras leituras

Após algum tempo de ausência que se justifica por alguma indisponibilidade, regresso com um post que andava nos rascunhos já há algum tempo e que queria muito escrever.

A terminar o ano que passou terminei de ler um livro "As Regras de Moscovo" do Daniel Silva, a história é boa (para quem gosta de temas de espionagem) e muito bem escrita, afinal não deve ser por acaso que o The Washington Post coloca o Daniel Silva entre os melhores autores norte-americanos de literatura de espionagem.  A história é de ficção mas com muitas nuances daquilo que é o mundo da espionagem,  do tráfico de armas na Rússia e o ponto onde quero tocar a censura jornalística. O livro começa precisamente com a morte de um jornalista, e neste ponto saindo do livro e entrando na vida real, fiquei algo estupefacta ao constatar que embora este livro seja de ficção a ameaça aos jornalistas russos seja algo muito real, segundo o Comité para a Protecção dos Jornalistas, quarenta e sete repórteres, editores, operadores de câmara e fotógrafos foram mortos na Rússia desde 1992, sim leram bem, desde 1992! Não sei se é facto que vos surpreenda mas a mim, surpreendeu. A Rússia é assim o terceiro país mais mortífero para a prática do jornalismo a seguir ao Iraque e à Argélia. 
Da Rússia sei que um presidente condenou a 2 anos de prisão duas ou três cantoras por falarem mal dele, e sei que em 2006 uma jornalista que talvez o nome vos soe familiar Anna Politkovskaya, foi assassinada e surpreendam-se (ou não) era uma crítica feroz do regime e isso fala por si. Não percebo muito do que se passa na Rússia em termos políticos, mas sei que o conceito de liberdade por lá é um pouco diferente daquilo que se vê por cá, até porque os números falam por si.
Da Rússia sei também que tem cidades lindas que gostava de visitar, e que vou conhecendo através das trocas de postais :) As pessoas da Rússia com quem tenho comunicado através do postcrossing são todas muito simpáticas, e as únicas que encontrei além de nós (portugueses) que até se despedem com beijinhos :) (os primeiros postais que mandei através do postcrossing iam todos com muitos beijinhos assim bem à portuguesinha no fim, até que me apercebi que ninguém se despede assim :p mas os primeiros lá foram :D)




Depois de ler as regras de Moscovo li "Almas Antigas" a reencarnação analisada pelos olhos de um jornalista, Tom Shroder, bastante céptico (e onde são inclusive desmitificadas algumas trapaceirices do tema), que acompanha um psiquiatra na sua missão de provar cientificamente a reencarnação onde são revelados factos muito interessantes acerca do tema. 
À parte as crenças é um livro bastante interessante, a vários níveis, deslinda um pouco acerca das religiões dos sítios por onde passam, o modo de vida e colocou no meu mapa imaginário pequenos locais de países como o Líbano e da Índia com os quais eu nem sonhava assim como a sua situação social.

De um sopro, porque o livro é pequeno mesmo, li também "ópio" de Maxence Fermine, um livro sobre a rota do Chá na China do século XIX, e toda uma série de situações que se viviam na altura com os mercados de Chá e Especiarias que era praticado na altura, e não só... Sim porque o livro não se chama ópio por acaso :)

De momento e para me dar pano para mangas, assaltei a biblioteca lá de casa e trouxe comigo um clássico de Dickens "A Loja de Antiguidades" mas deste falarei em outra altura :)