sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Quadripolar até à medula

E foi a campanha feita pela Pólo Norte do blogue QuadripolaridadesQuadripolares Solidários que me levou a ser dadora de medula óssea. A partir de hoje sou Quadripolar até à medula! 
A recolha foi feita no mesmo sítio onde é feita a doação de sangue. Ser dadora de sangue era algo que queria fazer há muito mas sei lá porquê ainda não me tinha predisposto, e já que lá estava e uma vez que estavam a dar sandochas, palmiers e suminhos de laranja aos dadores de sangue passei a ser hoje também dadora de sangue.
Claro que eu podia dar sangue como toda a gente, preencher papelada entrar na salinha sentar-me esticar o braço ficar tranquilamente a abrir e a fechar a mão enquanto o meu sangue era enfiado num saco, terminar o procedimento, sair comer os palmiers beber o sumo e tomar o café e ir a minha vidinha... Sim se eu fosse normal era o que acontecia, mas na recta final da doação tinha de me sentir mal, as duas enfermeiras (que eram umas queridas, beijinhos para elas - como se elas fossem ler isto) tinham de colocar em prática o super plano de emergência deitar-me para trás e levantar-me as pernas (já agora ir de saia não é de todo aconselhável). No momento tive duas preocupações, primeira se tinha enchido o saco todo e segundo se me estavam a ver as cuecas. Do saco perguntei logo e elas disseram que sim, a unidade ficou completa ou seja era só aguentar mais uns segundos e aquilo não tinha acontecido das cuecas não perguntei, mas também com a mão esquerda segurei a saia por isso não deve ter havido crise até porque eu não uso fitas do cabelo como saia (nada contra as mini-saias muito curtas a mim é que não me ficam bem). Depois de passadas essas preocupações lá me deram um suminho para ir bebendo enquanto estava deitada e eu só pensava se ainda teria direito ao palmier.  Tudo se passou e lá me vim embora com o braço direito tipo braço do robocop sem óleo na dobradiça do meio, eu devia ter desconfiado que quando estavam a perguntar quem não se importava de fazer a recolha no braço direito o facto de além de mim ninguém ter dito que não se importava devia ser por alguma razão.




Para finalizar só tenho a dizer que as pessoas que fazem caridade dividem-se em dois, as que fazem caridade e as que fazem caridadezinha... As primeiras fazem-no em prol de um bem maior sem que tenham nada de pessoal a ganhar, as segundas fazem-no porque têm algo a ganhar como visibilidade e em prol da sua própria imagem e sei lá mais o quê, não vou citar exemplos porque basta ligar a tv e encontram-se muitos.
A Pólo Norte não fez esta campanha para ganhar mérito próprio não vai ganhar mais seguidores por causa disso, não vai ganhar publicidade nem nada disso, fez no seguimento de algo que a deixou zangada até, como poderão ver neste post e já agora sugiro que sigam a história da Bia. 
Muito me surpreende que haja pessoas que não sabem distinguir caridade de caridadezinha e ainda lhe tenham tecido acusações dessa natureza quando não devem levantar o rabo da cadeira para fazer nada pela sociedade... Mas pronto isso já são outros domínios. 
Para já só tenho a dizer obrigado Pólo Norte pela iniciativa.  

14 comentários:

  1. Muy buena distinción entre caridade e caridadezinha.
    Muy buen Post.
    Um abraço.

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  2. Há anos que lamento não poder ser dadora de sangue... desde que tenho consciência que sou portadora de um traço talassémico soube que o meu sangue "não é bom" e tenho pena, muita pena de não poder sentir essa grandeza de dar um pouco de nós que significa vida para outra pessoa... Tu, além do gesto, mereces um prémio especial porque passaste por um mal estar que não é regra... tiveste azar. Duplo azar... prá próxima, já sabes, saia fica em casa. =)

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    1. Briseis, tenho a certeza que há muitas outras coisas em que dás um pouco de ti a quem mais precisa.

      Duplo azar sim... Não é que eu desconhecesse de todo a hipótese de me sentir mal, eu já desmaiei a tirar análises (pressão arterial tão baixa que o sangue não corria e caí para a frente, o enfermeiro tinha 40 anos e só dizia que nunca tal lhe tinha acontecido), eu é que quando saí de casa não estava a contar doar sangue, só contava ir fazer uma pequena recolha para a medula, mas quando cheguei lá não resisti aos palmiers :D Brincadeira!

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  3. Nunca doei sangue. Primeiro porque me disseram que não podia, pois tive hepatite em criança, depois porque não tinha peso suficiente. Agora já ultrapassei o peso considerado mínimo e dizem que a hepatite já não é problema. Assim, qualquer dia vou doar. Mas ainda bem que avisas quanto a esse efeito colateral no braço... já que ando (quase) sempre de calças! :)

    Beijinhos!

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    1. Teté, já eu ando quase sempre de saia e meias escuras :) Quanto ao braço eu sou uma sensivelzinha, mas seria muita coincidência não ser por isso que a maioria das pessoas preferia fazer a recolha no braço esquerdo :)

      Beijinhos

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  4. Bem-vinda ao clube dos dadores de medula óssea! :)

    Ajudar quem precisa é nobre, pois nós nunca sabemos quando não podemos ser nós a precisar.

    Em relação aos da caridadezinha... é deixá-los com os seus actos, que ficam sempre com eles. :)

    Beijinhos.

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    1. FireHead, mas nem era às pessoas da caridadezinha que eu me referia, mas sim aos que acusam estes actos de mobilizar o pessoal para ser doador de medula de ser caridadezinha.

      Tira-me do sério.

      Beijinhos

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  5. Se doar, sempre!
    Parabéns pela iniciativa, mais uma a contribuir para salvar vidas...
    Um beijo Poppy.

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  6. Perdoa-me mas não pude deixar de me rir um pouco com a tua descrição! Mas o que me fez parar neste post em especial foi mesmo o tema! ;)
    Tal como tudo, a vontade de me tornar dadora de medula é algo que me anda há muito no coração. Ando a "adiar" nem sei bem porquê! É de certeza uma das coisinhas a constar da minha listinha do "Must do" no ano de 2013! Do ano que vem não passa! beijinho ;)*

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    1. Oh Bea que é isso ri à vontade que para triste já chega muita coisa, dificilmente alguém se riu mais do que ao descrever algumas das peripécias :)

      Eu entendo esse "adiar não sei bem porquê" mas assim que surgir a oportunidade vais ver como te registas como dadora de medula.

      Beijinhos

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